terça-feira, 15 de março de 2011

Biografias




No sentido de aprofundar os conhecimentos dos leitores deste blogue decidimos colocar a biografia de algumas das personalidades mais conhecidas da época nomeadamente nas seguintes áreas: arte, literatura e arquitectura.


Arquitectura


Antoni Gaudí



Antoni Gaudí nasceu no dia 25/06/1852, e faleceu a 07/06/1926 sendo de origem catalã e um fervoroso católico.
Entre 1869 e 1873, Gaudí fez os cursos preparatórios no Instituto e na Faculdade de Ciências, já em 1871 foi estabelecida em Barcelona a Escola Provincial de Arquitectura. Existia até então apenas uma modesta Escola de Mestres de obras nos sótãos da Casa Lonja de Mar. Em 1870, junto com dois amigos, visitou o mosteiro de Santa María de Poblet em ruínas, imaginando complexas maneiras de reutilização dos edifícios monacais.
Já em Barcelona Gaudi precisava de ajudar o seu pai no pagamento dos seus próprios estudos, procurando emprego e conseguiu trabalhou para Fontserè nos projectos do parque da Ciudadela e o mercado del Borne.
Enquanto trabalhava, Goudi também estudava tendo sido um bom aluno, no entanto ficara mais tempo na escola por causa do trabalho de projectista, que exerceu simultaneamente com os estudos e com o serviço militar que iniciou em Julho de 1874.
Depois de diversos projectos menores, recebeu a encomenda de projetar uma vitrine para a loja de luvas de Esteban Comella. A vitrina, de bronze, madeira e vidro foi exposta no pavilhão espanhol da Exposição Universal de Paris, de 1878. A obra fascinou a Don Eusebio Güell Bacigalupi, o rico e culto homem de negócios que se fez apresentar ao jovem arquitecto com o qual iniciou uma relação profissional e de amizade que durou quarenta anos.
A sua primeira obra notável é a suburbana Casa Vicens (1883-88), de inspiração mudéjar (o gótico semi-islâmico espanhol).



Arte


Gustave Moreau









Pintor francês, filho de um arquiteto nascido no ano de 1826, em Paris. Estudou na École de Beaux Arts da mesma cidade, tendo sido aluno de Picot e de Théodore Chassériau. Lecionou posteriormente na dita escola, entre 1892 e 1898, devido à morte do seu amigo Élie Delaunay, procurando enquanto mestre incentivar a originalidade dos alunos. Entre estes últimos contam-se figuras tão relevantes como Georges Rouault e Henri Matisse. O seu estilo é marcado pelo misticismo, por uma preferência por temas relacionados com a Antiguidade e por obras renascentistas italianas (que não é estranha à sua estadia em Itália enquanto estudante, mais propriamente na cidade de Roma, entre 1857 e 1859 e na companhia de Degas e Puvis de Chavannes), temas estes dotados de potencial emocional, expressivo e narrativo. É também patente na sua obra a influência do tratamento de paisagem de Leonardo da Vinci e das figuras de Ingres. A envolvência presente nos seus quadros, conseguida através da ocupação intensa da superfície por técnicas pictóricas tão variadas como o empastamento e o arranhar, aliada à liberdade imaginativa que proporcionavam temas como Hércules e a Hidra (1876), Édipo e a Esfinge (1864) e Salomé (c. 1876). As suas obras foram expostas em eventos como o Salon de 1876 e, em 1886, na Goupil Gallery, em Paris. Esta foi a última exposição dos seus trabalhos, onde apresentou sessenta e cinco ilustrações das fábulas de La Fontaine. Pela fuga aos temas quotidianos preferidos pelos impressionistas, por exemplo, e pelo intenso apelo à imaginação, à emoção e aos sentidos presente nas suas pinturas, tornou-se uma das figuras de inspiração para os simbolistas, juntamente com Mallarmé e Odilon Redon, chegando inclusivamente a fazer parte de alguns grupos desta tendência enquanto membro honorífico. Grande parte do acervo das suas obras e dos objetos que lhe pertenceram encontram-se no Musée Gustave Moreau, em Paris.



Literatura


Antero Quental


Antero de Quental é entre nós o grande criador de uma poesia filosófica romântica, influenciada pelos modelos alemães. Nasce em Ponta Delgada, no seio de uma família nobre e com tradições literárias da ilha de S. Miguel.
Inicia o curso de Direito. Durante a sua permanência em Coimbra, assume-se como uma figura influente no meio estudantil coimbrão, tomando parte em várias manifestações académicas. É por esta altura que contacta com os novos autores e correntes europeias - o socialismo utópico de Proudhon, o positivismo de Comte, o hegelianismo, o darwinismo, as doutrinas de Taine, Michelet, Renan, o romantismo social de Hugo.
Publica as Odes Modernas, poesias de romantismo social, acompanhadas de uma "Nota sobre a Missão Revolucionária da Poesia".
Em 1871, organiza as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, proferindo as duas primeiras, O Espírito das Conferências e Causas da Decadência dos Povos Peninsulares. No rescaldo da interrupção e da proibição das Conferências, consideradas subversivas pelo Governo, Antero vive a sua fase política mais intensa, fundando, com José Fontana, a I Internacional Operária em Portugal e também o jornal O Pensamento Social.
Por esta altura, publica as primaveras Românticas e as Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa.
É detectado em Antero uma grave doença que o leva a fazer tratamentos muito profundos em paris, onde também vai adoptar 2 órfãs, publicando ainda Sonetos Completos e o ensaio A Filosofia da Natureza dos Naturalistas.
Em 1891 Antero decide pôr fim à vida em Ponta Delgada onde tinha nascido.
Das enumeras obras de Antero destacam-se as seguintes:
Sonetos de Antero, 1861 (poesias); Beatrice, 1863 (poema); Fiat Lux, 1863 (poema); Odes Modernas, 1865 (poesias); Bom Senso e Bom Gosto, 1865 (opúsculo); A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, 1865 (opúsculo); Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa, 1871 (ensaio); Primaveras Românticas, 1872 (poesias); Odes Modernas, 2.ª edição, 1875 (poesias); Tesouro Poético da Infância, 1883 (colectânea de poesias); A Filosofia da Natureza dos Naturalistas, 1886 (ensaio); Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX, 1890 (ensaio); Raios de Extinta Luz, 1892 (poesias, edição póstuma). 



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